Thursday, November 16, 2006

Observatório de imprensa

OUTUBRO a DEZEMBRO de 2006


Comentadores podem corromper a opinião pública
Paulo Cardantas, Diário de Coimbra, 23/11/2006
Manuel Maria Carrilho enumerou uma série de razões para justificar a ausência de informação cultural nos órgãos de comunicação social. As críticas mais acesas foram para os comentadores.


Licenças televisivas: ERC "passou uma esponja" sobre "crimes e faltas graves"

Ana Luísa Barroso, Diário As Beiras, 23/11/2006
Manuel Maria Carrilho criticou, ontem, em Coimbra, o desinvestimento na cultura. E recordou que esta área contribui mais para o PIB europeu do que o sector automóvel.


Televisões devem ser obrigadas a transmitir assuntos culturais
Carlo Santos, Diário de Coimbra, 22/11/2006
Santos Silva propõe alargamento das obrigações de difusão cultural aos operadores privados de televisão. Porém, sustenta que nenhuma transmissão se substitui à frequência das salas de espectáculo.



A imprensa que não divulga e os professores que fogem aos espectáculos culturais

Carlo Santos, Diário de Coimbra, 22/11/2006.
O pró-reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra, João Gouveia Monteiro, afirmou, ontem, que "duas razões principais" levaram à realização do Colóquio "Cultura e Comunicação Social". Por um lado, a "progressiva degradação do domínio da língua portuguesa" por parte dos jovens (pobreza de vocabulário, péssimo domínio da sintaxe da língua e incapacidade para exprimir de forma límpida ideias relativamente simples): por outro, o "confrangedor" espaço dedicado à cultura nos media portugueses - com "excepções muito honrosas", disse.


Cultura é para todos

Vasco Garcia, Diário As Beiras, 22/11/2006
O ministro dos Assuntos Parlamentares defende obrigações culturais para todos os operadores de televisão, no sentido da defesa da língua e cultura portuguesas.


Governo quer criar linhas de apoio para pequenos projectos culturais
publico.pt/Lusa, 22/11/2006
A ministra da Cultura anunciou hoje que o Governo pretende criar, a partir de 2007, linhas de apoio a pequenos projectos e indústrias culturais, ao abrigo do próximo quadro comunitário de apoio.
Isabel Pires de Lima falava à agência Lusa, em Castro Verde, no último de três dias de visita ao distrito de Beja, integrada na iniciativa "Cultura Presente", no quadro da qual se propõe percorrer todas as regiões do país.
Defendendo "novas políticas culturais descentralizadas", a governante disse que, no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para o período 2007-2013, "estão a ser desenhados instrumentos que vão permitir ao Governo, já a partir do próximo ano, apoiar pequenos projectos culturais".
"Trata-se — explicou — de linhas de apoio ao desenvolvimento de pequenos projectos e indústrias culturais, que cabem perfeitamente na filosofia do QREN, que privilegia investimentos nas áreas da qualificação e criação de competências".
Entre os projectos passíveis de serem apoiados, a ministra apontou "a criação de rotas culturais nas regiões deprimidas do interior, para cruzar os patrimónios ambientais e culturais com as tradições específicas". Como exemplo, a governante citou o projecto-piloto de apoio ao Cante Alentejano, a lançar em 2007, que prevê a apresentação de uma candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Em Castro Verde, onde visitou a Basílica Real, Isabel Pires de Lima aceitou o repto do autarca local, Fernando Caeiros, para candidatar aquela Igreja a Monumento Nacional.
Em declarações à Lusa, Isabel Pires de Lima fez um balanço "positivo" da visita, mostrando-se "surpreendida" com alguns projectos, que considerou "êxitos no âmbito da salvaguarda e valorização do património".
Entre segunda-feira e hoje, Isabel Pires de Lima esteve em metade dos 14 concelhos do distrito de Beja, onde inaugurou um museu, e visitou bibliotecas, cine-teatros, pontes romanas, igrejas, museus e exposições, além de ter assistido a um espectáculo de teatro e ouvido grupos corais alentejanos.



Portugal organizará conferência sobre cultura europeia

Diário Digital/Lusa, 18/11/2006
Portugal vai organizar na presidência portuguesa da União Europeia, no segundo semestre de 2007, a terceira conferência cultural «Dar uma Alma à Europa», dando sequência a um debate iniciado há dois anos em Berlim.


O impacte económico da cultura

Amílcar Correia, Público, 16/11/2006
A cultura, ou a sua indústria cultural, é uma variável de desenvolvimento económico. O investimento na cultura, em países como Portugal, onde é fortemente dependente do Estado e dos municípios, não pode ser aplicado de forma cega e deve ter em conta um retorno. Mas também não pode desaparecer por qualquer capricho.



É a cultura, estúpido!
Joana Gorjão Henriques, Público, 16/11/2006
Um estudo da União Europeia mostra que a cultura contribui mais para a economia dos 25 do que os automóveis. Por isso deve passar a ser uma prioridade. Exemplos como o Guggenheim de Bilbau, que "salvou a cidade", atestam o poder de um sector que tem sido ignorado por os governantes acharem que é um custo, em vez de um investimento. Em Portugal, é o terceiro principal contribuinte para o PIB, a seguir aos produtos alimentares e bebidas.


Cultura é o terceiro contribuinte para o PIB português
Bárbara Reis, Público, 16/11/2006
Qual é a importância da cultura e criação no produto interno bruto, PIB, português? 1,4 por cento, diz o relatório da União Europeia A Economia Cultural na Europa, apresentado ontem em Bruxelas.


A UE deve reflectir sobre a importância da criação
Joana Gorjão Henriques, Público, 16/11/2006
Philippe Kern, director da KEA Public Affairs Consultancy, respondeu por telefone a algumas perguntas.


O que devem fazer os Estados-membros para que a cultura cresça?
L.C., Público, 16/11/2006
Para que a Europa possa ser um território que aposta no desenvolvimento através da cultura é preciso que todos os Estados-membros adoptem uma série de recomendações que permita transformar a criatividade em sucessos industriais, como acontece já em países como a Dinamarca, a Finlândia e o Reino Unido.

Pontos fortes e pontos fracos do sector na UE
Público, 16/11/2006


Como seria Portugal sem subsídios das autarquias?
Joana Gorjão Henriques, Público, 11/11/2006
Menos oferta, menos diversidade. Um país mais centralizado na capital. Teatros de portas fechadas para milhares de espectadores. Portugal seria assim, se os presidentes das câmaras municipais fossem todos como Rui Rio e cortassem os subsídios à Cultura.


Casos de sucesso na descentralização cultural
Joana Gorjão Henriques, Público, 11/11/2006
Há dois anos, a grande fatia do orçamento das autarquias para a Cultura foi para a construção de equipamentos culturais: 93,4 milhões de euros. Em Portugal há vários novos espaços fora das capitais com uma programação que podia acontecer em qualquer grande cidade. Como Faro, Braga, Guimarães, Vila Real, que estão a apostar na programação cultural diversificada. As estrelas já podem ir pelo país fora - e vão.



Capital Europeia da Cultura: A lição que Coimbra (não) aprendeu
João Maria André, A Cabra, 07/11/2006
Estávamos em 2003. O ano em que Coimbra foi Capital Nacional da Cultura. Muito antes do seu termo e antes, por isso, de qualquer balanço, a ideia era lançada por Abílio Hernandez Cardoso, presidente da estrutura que coordenou o evento: olhar longe significa pensar na candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2012. Para uns, parecia o corolário lógico de um percurso que estabelecera esta cidade como primeira capital nacional da cultura. Alguns terão olhado para esta antecipação com indiferença. Outros com o natural pessimismo de quem já fazia um balanço pouco positivo de uma iniciativa que, então, ainda não tinha terminado, mas já oferecia campo aberto à crítica, à desconfiança ou à afirmação do fracasso. Coimbra, 2012 – Capital Europeia da Cultura? E porque não? — deveriam ter perguntado muitos outros, nomeadamente os que já então ocupavam, como ainda hoje, a cadeira do poder...


Novos espaços no Norte e uma incerteza no Centro

Ana Trocado Marques, Nelson Morais e Pedro Vila-Chã, Jornal de Notícias, 24/10/2006